sábado, 13 de janeiro de 2007

Big Brother: Uma plataforma de marketing

Essa semana começou um novo Big Brother Brasil, e no meio de tantas pessoas reclamando, existirão outras milhões assistindo, vendo vídeos de flagras no YouTube, desesperados atrás de senha da Globo.com, deixando comentários “axim” em fotologs e acessando o perfil dos participantes no orkut.

Sem contar, claro, as dezenas de análises sociais e filosóficas sobre a função de um programa desses na vida dos participantes e espectadores.

Porém, nada disso importa para a Rede Globo e seus parceiros, apenas que o BBB7 será mais uma máquina de fazer dinheiro. Você já sabe que é tudo pré-moldado, desde a escolha dos participantes (que vai de ex-globais até uma ou outra que já posou nua, a tal Flávia dessa edição tem fotos na Sexy e/ou Playboy, sei lá), as provas, até um trabalho monstruoso de RP para propagar notícias na mídia, que chega ao cúmulo de dizer que a emissora "promete" sexo na nova edição.

Você sabia que as cotas de patrocínio do programa nem são oferecidas no mercado? Todos os patrocinadores das edições anteriores renovaram o contrato, num claro sinal de que sim, o investimento milionário dá resultado.

O próprio CEO da Endemol, empresa criadora da coisa toda e de mais um zilhão de programas do gênero, Peter Bazalgette, declarou que o BBB representa uma geração de atrações que irá salvar a publicidade na televisão. É o product placement ou branded entertainment, ou seja lá a expressão marqueteira que preferir.

Alguns acharão pretensão, mas não se pode dizer que ele está errado. Enquanto o comercial de 30 segundos está encontrando na internet uma nova mídia, uma plataforma que irá salvá-lo da extinção, a publicidade na TV tem cada vez mais necessidade de migrar pra dentro dos programas. Se antes a propaganda, que de tão chata chegou a ser chamada pelos seus avós de reclame, representava separação, interrupção, hoje precisa ser "atração".

Dessa história, "publicidade = entretenimento", você já está careca de ouvir. Mas se aqui no Brasil ainda não estamos vendo branded entertainment feito da maneira adequada e divertida dentro de novelas e séries de TV, já que a maioria das tentativas não passa de merchandising constragendores e tediosos, o BBB é uma boa vitrine desse tipo de ação.

As marcas e produtos são encaixados dentro das provas, ou melhor, assim como disse Bazalgette: "primeiro vem as parcerias e patrocínios, depois todo o resto". Assim, entre mulheres seminuas, corpos malhados, seios que escapam do biquíni e muita asneira sendo dita, o Big Brother se transforma em uma plataforma multifacetada para 15 ou mais patrocinadores. Um fenômeno de marketing que é capaz de colocar uma marca na memória das pessoas sem exigir que ela interrompa sua diversão.

Portanto, amigos comunicólogos, antes de reclamarmos "ah, aí vem mais um BBB", é bom ficarmos de olho nas possibilidades e no que será feito nessa nova edição. No BBB6, gostei particularmente dessa ação da Henkel para Superbonder dentro do programa. Totalmente pertinente ao conteúdo.

Se você estiver zapeando pelos canais (cof! cof!), parar no BBB7 e ver alguma prova ou ação interessante nesse sentido, não deixe de comentar aqui no blog ou mandar um e-mail.


Direto do Brainstorm #9

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