sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

40% da publicidade vai estar na Internet

A Web 2.0 veio designar algo tão revolucionário e imponente como a Internet participativa e interactiva, em que se incluem serviços como o YouTube ou a Wikipédia. Este ano e os próximos são os da "passagem do poder para os utilizadores". São eles quem vai organizar, escolher ou banir os produtos e a informação online. Carlos Coelho, especialista na criação e gestão de marcas, acredita que a mudança será tão significativa que "40% da publicidade vai estar na Internet num prazo de cinco anos".

A palavra foi criada por Tim O'Reilly em 2004, mas só ganhou visibilidade em 2006, com duas aquisições emblemáticas: a do YouTube pelo Google e a do Second Life pela News Corporation de Robert Murdoch. Estas operações vieram demonstrar que algo aparentemente tão simples como as plataformas de partilha de música, vídeo e fotos por parte de utilizadores são o negócio do futuro. A comunicação, os produtos e os serviços vão ter de girar à sua volta.

"Pela primeira vez, há uma alteração do controlo. Passou-se da era dos produtores para a dos consumidores", explicou ao DN o especialista. "Cerca de 50% dos conteúdos da Internet são feitos pelos próprios consumidores. São eles quem passa mensagens sobre as marcas e os produtos." Na mesma linha, Celso Martins, director técnico do Sapo, disse que "a Web 2.0 surgiu de um comportamento dos utilizadores e não dos portais. É a revolução do povo". A realidade ainda é baseada nos conteúdos, que são ordenados e classificados em listas pelos utilizadores. "A relevância é dada pelo consumidor, e serviços destes têm audiências maciças, impressões de páginas e rentabilizam a publicidade online."

A revolução colocou no topo o mercado online do eBay, a comunicação em qualquer parte do mundo através do Skype e até a experiência de uma nova vida no Second Life, espaço onde também se conhecem novas pessoas e se trocam experiências. Tudo isto vai obrigar a uma mudança radical na forma de comunicar, que passa de unidireccional para bidireccional. "Um produto é promovido, vendido e distribuído através da Internet, e isso permite anexar anúncios. Mas é preciso aceitar a opinião do consumidor. A Web 2.0 permite uma melhor observação do mercado, que antes era pouco credível", disse Carlos Coelho. Nas novas plataformas, os produtos podem ser testados, havendo um aumento das versões beta. "A Toyota até tem um carro virtual para ser testado", disse.

Os marketeers vão ter de alterar os modelos tradicionais e passar à era interactiva. "Há uma enorme oportunidade na Web 2.0. Os targets são múltiplos e as formas de comunicar também terão de ser. Como os conteúdos são gratuitos e as mensagens partilhadas, Carlos Coelho acredita que "o ideal é combinar a informação dos consumidores com a de especialistas". As mensagens, que antes eram impostas, passam a ser vistas onde se estiver e quando se quiser. "A entidade reguladora da Net serão os próprios consumidores."
Texto do meu amigo Felipe Morais

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